Monday, May 25, 2009




INSPIRAÇÃO

De onde me vem estas fome e sede que sinto,
De tudo saber, de tudo entender ou mesmo ver?
De onde me vêm estas lágrimas do sal da vida
Que percorrem os oceanos internos do meu SER?

Será que encontro em mim aquela transcendência
De tudo transformar, agora, num passe de magia?
Será que consigo sentir, na intimidade, a essência,
Que é como o útero materno de toda esta alquimia?

Do mundo sinto as dores, as alegrias e as tristezas
Dos olhares, dos esgares, dos sorrisos e das emoções
Dos actos altruístas, das entregas, que são como riquezas
E que brotam em jorros das profundezas dos corações

Sou eu que escrevo estas palavras que galgam como rios
Por entre as margens e as pedras que as bordejam?
Serei eu como as aves que volteiam os ares e soltam pios
E são seres inteiros e livres, estejam elas onde estejam?

Ou então serei eu que deixo que em mim tudo se faça
Numa auto-descoberta inenarrável de outra dimensão?
Será que toda a Vida Una e magistral, que por mim passa,
Numa explosão cósmica, se expressa em meu coração?

E vejo todo o meu inteiro SER que se descobre AGORA
Como estando ligado a tudo o que existe e se manifesta
E percorre todo o espaço sideral sem qualquer demora
Fazendo de todos os momentos uma completa festa

E sinto-me livre! Livre para decidir o rumo da caminhada
Pronto para mudar de direcção em cada curva e esquina
Pois na inspiração deste amanhecer duma nova alvorada
Neste Universo sou apenas uma semente tão pequenina

Sinto o Mundo dentro de mim! Toda a potencialidade!
Sou um campo quântico, mãe pai de todas as realizações,
Que num momento se solta e noutro é uma singularidade
Que move e me inspira, para tocar todos os outros corações

Ó Inspiração que sinto e sou sem quaisquer reservas
Faz em mim o teu papel e sem desfalecimentos, voa
Por montes, mares, planícies e campos com ervas
Matizados de todas as cores e tons. Tudo em mim ecoa!

Lisboa, 23/Maio/2009
José António

(Foto dw Isabel).

Sunday, May 10, 2009




E ao olhar atentamente aquela rosa,

compreendi que ela é constituída

pelas mesmas substâncias que estão presentes

em todas as outras coisas que existem:


poeiras interestelares,

estrelas,

planetas,

seres vivos,

vegetais,

animais...


O que varia, são as proporções e a organização das formas em tudo o que existe.


A força que a tudo dá vida e faz mover, é sempre a mesma.


José António


(Foto de Isabel)

Sunday, May 03, 2009







Alguns ensinamentos Budistas valorizam a compassividade e o carinho na abordagem dos outros seres (quer Humanos, quer quaisquer outros) justificando esse carinho com a imagem de que todos estamos interligados, de tal modo que todos já fomos, somos actualmente ou viremos a ser, mães ou filhos uns dos outros.



Tal argumento será liminarmente recusado pelas mentes mais materialistas como ilógico, e no entanto, a actual física descobriu a interdependência não só entre sujeito e objecto, mas entre todos os componentes de um universo que se descobre todos os dias mais holístico.



Se encontrarmos na imagem Budista, não a sua "lógica", mas a extraordinária potencialidade de Amor Compaixão, então poderemos SENTIR com o coração a verdadeira interacção entre pelo menos MUITOS, IMENSOS SERES, incluíndo todos os que têm ou já tiveram um impacto na nossa vida... e se começarmos a pensar, são mesmo MUITOS.

Neste dia da Mãe, relembremos todas as Mães. Talvez até as que são descritas nas várias Religiões, as Mães de Amor que deram ao Mundo os Grandes Seres que o têm inspirado...

E nesse momento vem à lembrança Nossa Senhora, cuja sabedoria A levava a "ponderar no coração" todos os assuntos mais complexos.

Mães e Filhos - quanto aprendemos uns com os outros!
A todas as Mães, Pais e Filhos dedicamos esta curta "ponderação" da interligação Humana.


Isabel



Lisboa, 03 de Maio de 2009, Dia da Mãe.
Comentário:
Talvez devessemos ponderar também que, se todos os seres provêm da mesma Fonte (quer tenhamos uma visão materialista quer espiritualista da Vida e do Cosmos), todos nos poderemos considerar irmãos. Somos todos, e tudo o que existe, constituídos por biliões de partículas, e estas puderam dar forma a TUDO através da interacção umas com as outras. Depois da primeira fase de repulsão de todos os ingredientes, só através da força de coesão e interacção das diferentes partículas, podemos todos confirmar que estamos aqui e agora, depois de um percurso de milhares de anos de evolução. Hoje podemos dizer que a interacção é a cooperação, a interajuda, o amor como a força cósmica mais poderosa que existe. Porquê, então, a competição, cega, impiedosa e destrutiva?
José António