Foto de IsabelSaber FAZER, sem esperar recompensa...
"Quando a vida espiritual começa a alvorar, reconhecemos que todas as nossas acções deverão ser realizadas, não visando um resultado específico, mas porque é o nosso dever realizá-las. Isto é dito facilmente, mas como é difícil de ser alcançado! Não há o que precisemos mudar em nossas vidas para nos tornarmos espirituais, mas é necessário modificar a nossa actitude em relação à vida. devemos deixar de pedir à vida e passar a dar-lhe tudo, porque este é o nosso dever".
"Esta concepção da vida constitui o primeiro grande passo na direcção do reconhecimento da Unidade. Se existe apenas uma única grande Vida, se cada um de nós nada mais é senão uma expressão daquela Vida, então, toda a nossa actividade será simplesmente a acção daquela Vida em nós, e os resultados serão colhidos pela Vida comum e não pelo eu separado."
ANNIE BESANT - A Vida Espiritual
A maioria da humanidade baseia a sua vida e a sua postura em relação à vida, em função dos benefícios que dela pretende retirar ou dos malefícios que pretende evitar. Percorrem-se vidas inteiras em fugas sucessivas, por não se aceitar que devemos viver o PRESENTE e que as agruras vêm ter connosco para que as possamos ultrapassar e não para sermos vencidos por elas.
Talvez o grande segredo seja agirmos com aquele desapego lúcido e distanciado que nos permita AGIR em vez de REAGIR à VIDA. Tudo temos dentro de nós que nos permita ir aperfeiçoando o nosso modo de VER e AGIR.
José António
Quando nos debruçamos sobre os diferentes tipos de "Yoga" descritos pelos Hindús, esta actitude descrita por Annie Besant e aqui comentada pelo José António poderia facilmente corresponder ao chamado "Karma Yoga" - o Yoga da acção justa. Claro que o que pudéssemos dizer sobre este Yoga aqui seria sempre curto, por isso o que vou escrever não pretende ser um comentário completo mas apenas uma indicação.
No Karma Yoga pretende-se que o aspirante comece a observar as suas acções e a sua forma de actuar com desprendimento - o que parece mais simples do que na realidade é.
Trata-se de aprender a fazer as coisas sem nos agarrarmos aos frutos da acção - ou seja, se praticarmos uma boa acção, não estarmos (por vezes inconscientemente) à espera que ela dê um determinado resultado ou favoreça alguém ou a nós próprios.
Esse desapego é extremamente difícil de obter e, ainda quando o consigamos relativamente a algumas áreas da nossa vida, outras há, mais pessoais, em que é bastante mais difícil de atingi-lo.
Aqui fica apenas como matéria de reflexão e auto descoberta.
Isabel Nobre